quinta-feira, 31 de julho de 2008

Julho


O ar seco faz arder nariz e olhos. Respiro mal, e ultimamente tenho respirado melhor apenas por causa daquela coisinha, feita em laboratório... É a monstruosa cidade me pressionando. De novo.
Estresse com nota da faculdade, férias da faculdade, aniversário, visita de mãe, passeio, riso fácil de sobrinha. Este mês de julho teve de tudo, de tudo um pouquinho. Mas foi tudo rápido, efêmero. E apesar dessas coisas novas, tudo é uma rotina. Houve sim os momentos ótimos, instantes que me fizeram feliz: a casa cheia de amigos, das pessoas que amo, carinho e atenção de mãe. Mas com o passar dos dias eu percebi que julho chegou ao final, mais um julho seco chegou ao final.
Pronto, agora já são 25. E a vida continua a mesma? Sim, assim espero. Mas será que quero? A gente se sente com tantas obrigações quando chega nessa idade. São neuras, são quase sempre besteiras, mas que fazem redemoinho dos meus pensamentos. E eu fico inseguro; como não ficar? Preocupações, vontades, desejos, medos.
Começa agosto. Começa tudo de novo...

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Bacharel... E?


Eu não sei direito o que sinto agora, daqui, do alto dos meus quase 25 anos, em que uma etapa significativa de minha existência se encerra. Concluí minha última disciplina da faculdade de letras que iniciei há cinco anos e meio. Falta pouco pra eu ser bacharel. Falta pouquíssimo pra declarar nos formulários que tiver de preencher daqui em diante que possuo curso superior completo. Falta quase nada pra sentir na pele e nas costas que carrego um papel carimbado e assinado declarando minha condição de “formado”.
É fato que ainda tenho de permanecer por aqui mais um semestre. Explico-me pela décima quinta vez: sim, o curso de bacharelado em letras é separado do curso de licenciatura em letras; não, eu ainda não saí da universidade; sim ainda estudo lá; sim, claro, mas sou formado sim; sim, já sou bacharel e licenciado em português; não, não, agora estou fazendo só uma disciplina para me licenciar em lingüística. Tão complicado assim? Enfim, como eu disse, tenho ainda mais um semestre, mas será um semestre em que já estarei formado, já estarei bacharel.
Ainda assim já sinto o vazio. Foram bons anos que me fizeram viver densamente. Foram bons anos que foram motivo e pretexto de eu estar em uma longínqua cidade, distante de raízes mais profundas, sofrendo, amando, rindo, aprendendo. Descobrindo quem sou, por que sou, a que vim. Ou pelo menos tentando. Ou pelo menos me enganando.
Choro sim porque estou triste. Choro porque estou feliz. Choro, e nem consigo terminar de escrever. Quem sabe no fim do ano, quando tudo acabar de vez, tenho mais força pra falar de tudo isso sem morrer um pouquinho...