domingo, 29 de março de 2009

Menino


"Onde está o menino que eu fui?
Está dentro de mim ou se foi?"
Pablo Neruda.

Adultescência é um estado permanente. Depois de um tempo, descobrimos que temos de decidir tudo e as decisões têm de ser tomadas só por nós mesmos - com consequências graves, com guinadas que podem transformar profundamente uma vida. Eu sempre gostei da ideia de crescer, de poder decidir por mim mesmo. Mas isso foi quando fui menino. Hoje acho que não é mais assim que quero. Penso que seria muito bom ter alguém que passasse a mão em minha cabeça e dissesse: "vá por esse caminho aqui, ó".
As indiscutíveis vantagens de ser adulto esbarram nessa minha saudade de eu menino de novo pedindo colo nos momentos de aflição.
Mas tudo isso não é reclamação. Cresci, e quanto a isso não cabe recurso. Só constato, às vezes, saudosamente, o quanto é doído ser gente grande. No entanto, gosto tanto de poder sentir com mais intensidade todo esse mundo que me rodeia e se faz mundo perante esses meus olhos crescidos...

terça-feira, 10 de março de 2009

Resposta?


Há um quê de dúvida, que se avoluma, que cada vez mais ganha forma. Apesar de o que é certo já estar certo, a dúvida parece querer sempre ser maior que qualquer certeza. Certeza e dúvida caminham em eterna disputa, lado a lado, como crianças que brincam de se empurrar. Considero-me mais suscetível às dúvidas do que às certezas. E isso é meu direito, como ser humano. Mas tem horas que dá vontade de não sentir medo de nada. Fazer e pronto, de modo simples e direto, sem dor nem dó. Tem horas que dá vontade de ter apenas certezas.