domingo, 15 de fevereiro de 2009

Vontade de viver mais...


Ponte James Joyce, Dublin, Irlanda.

Um primeiro texto de 2009 merecia ter vindo há exatos 45 dias (ou um pouco menos, para ser menos radical). O fato é que assunto havia. Talvez eu é que não quisesse que nada aflorasse. Junte-se a isso o tempo corrido que vive se aninhando em meus pés e aí temos uma enorme ausência, um gigantesco hiato em uma já não tão profusa produção. Mas o que vale é que meus pensamentos voaram muito esses dias todos. Não (ex)pô-los aqui não quer dizer que eu não os tenha tido. Isso sempre. E isso sim, em profusão. Em assustadores galopes que me sobressaltaram.
Viagens longas têm me ocupado a mente. Vida inteiramente nova tem me feito repensar as muitas vidas antigas às quais vivo preso – e que me fazem ser quem sou, sem dúvida. Daí, disso tudo, brota uma condição de alta sensibilidade que tem me irritado um pouco. Tudo tem me incomodado um bocado. Andei exigente demais esses dias, na tentativa de encontrar respostas satisfatórias às perguntas que ainda nem foram formuladas. Exigente comigo, com os outros. Querendo atenção por mais tempo do que deveria ou mereceria. Bancando sem medo o carente e problemático. Chorando sozinho o suposto abandono. É, exagerei.
A perspectiva de mudança não é fácil a ninguém, apegados que somos... Mas, vida, me deixe experimentar você um pouco mais? Sem medos maiores do que o necessário para não me esborrachar sem volta... É o que eu quero pra mim no momento: “viver mais, em paz com o mundo e comigo”.