Eu tenho observado bem a vida passar. E ela tem me surpreendido, a danada. Outro dia mesmo fiz aniversário, mais um ano de vida, mais um lírio colhido no jardim da vida (se eu fosse mulher, seriam rosas – como rio disso tudo), e fiz algumas constatações interessantes – ao menos pra mim são interessantes.
Primeira constatação: eu sou feliz sim. Mais, muito mais do que imagino, muito mais do que penso em meus momentos de pouco amor por mim mesmo (acho que todo mundo acorda pelo menos num dia do ano se achando a pessoa mais estúpida e odiada do universo). E felicidade, já diziam os sábios, está nas pequenas coisas mesmo. Não é que era verdade? Daí vêm aqueles comerciais de supermercado e martelam na sua cabeça: “O que te faz feliz?”. Caramba, eu não sei o que me faz feliz. Ou sei? Essa é daquelas coisas indizíveis que sempre falo e que já estão virando lugar-comum (e ficando chato) em meu blog. Mas o mérito do comercial é mostrar que ser feliz tá ali, explicitamente escondidinho, eclipsadamente à mostra.
Segunda constatação: a gente perde tempo demais tentando medir se somos muito ou pouco felizes. Nesse ínterim (!), os pequenos momentos vão escorregando no gargalo do tempo. Aliás, por que se perde tanto tempo para saber se se é feliz, quando isso não se mede, não se conta, não se analisa? Quem foi que inventou isso de querer saber onde, como, quando, com quem, em que posição, de que modo, a quantos graus e por que se é feliz? O melhor dessa segunda constatação é que na verdade não saí do lugar, continuei como estava... A gente não precisa de resposta para todos os questionamentos, senão acaba perdendo a graça questionar...
Paremos aqui com as constatações. O bonito de tudo isso foi ver como tenho amigos bacanas e que gostam de, pelo menos, curtir um momentinho junto comigo. Isso já está de bom tamanho. E isso pra mim é amor. Amor grande manifestando-se no pequeno espaço de um “parabéns pra você!”; de um abraço apertado, ou só de um aperto de mão afrouxado pela timidez; da desculpa pela falta do presente; do alô a distância, do recadinho virtual. Isso é o que chamo de “pequenas coisas”, mas que trazem uma felicidade imensa...