domingo, 17 de janeiro de 2010

Aqui, de (ano) novo...


A cidade continua grande, mesmo que ainda pareça mínima às vezes. A paisagem da janela já é outra. Outros são os sons. Outro é o lugar. Eu sou o mesmo... No entanto, ainda estranho, tentando entender tudo (pra variar...), procurando ver se me situo. Há ruas novas a percorrer, há casas novas para admirar, há gente boa ou de cara fechada para cumprimentar. Há amigos que ficaram mais próximos; os que por ventura ficaram mais distantes, têm agora mais motivos para visitar o centro. Há amigos novos que chegaram, há ruídos novos que passam ou ficam e encalham. Há todo dia um caminho de meia hora pra fazer até o trabalho. Há uma brisa mais forte de cidade atravessando meu caminho todos os dias. Há tudo. Há um quê de arrumação e situamento.
Grotões, janelas, postes, árvores, ambulantes, mendigos, meninos, rodas, ônibus, meninas, luzes, buracos, cheiros – alguns bons, outros tão ruins. O engraçado é que tudo é paisagem que salta aos olhos, que me tira o fôlego, me oprime, redime, desgasta, distrai e conforta.
Já faz mais de um mês. A mudança me tomou tanto tempo, muito mais do que eu esperava. Ficar sem conexão com a internet me deixou ainda mais impossibilitado de escrever e postar qualquer coisa. Por isso, a ausência. O problema é quando a ausência é de boas ideias. Isso é o que tem me faltado para escrever... Disposição também. Tem me faltado ânimo pra postar. Mas minha cabeça, mesmo assim, pulsa. Parece que há muito o que falar. Parece...
É um turbilhão de novidades. Ainda assim, ainda com tudo isso, tudo tem sido muito bom. Tenho vivido boas experiências, boas surpresas. E tenho gostado muito de ter coragem de mudar planos, refazer metas, traçar outros objetivos. E assim se vai vivendo... Um ano novo começa. Olha ele aí, igualzinho ao que passou, mas tão diferente, tão promissor, tão novo, tão aquele poema sobre o ano novo do Mário Quintana... Ah, a esperança é mesmo ótima. E é dentro de nós que o Ano Novo cochila e espera desde sempre, como disse o Drummond, mais ou menos dessa forma...
Então, um ano inteirinho de mudanças nos espera. Que sejam pra melhor, sempre. Que não sejam bruscas demais, nem de menos. Feliz ano novo!

4 comentários:

Anônimo disse...

Gil, meu rei, imagino a delícia da novidade. Estar bem situado na cidade é das coisas que almejo num futuro não tão distante. Tenho mesmo mais um motivo (e dos bons) para visitar o centro da nossa cidade que, mesmo debaixo d´água, tem seus encantos.
Um beijo.
Te amo no mundo.

Sol disse...

Que estranho ler a parte "Há amigos que ficaram mais próximos; os que por ventura ficaram mais distantes, têm agora mais motivos para visitar o centro."
A frase tá perfeita, quem ficou longe tem mesmo mais motivo pra passear mais pelo centro da cidade... Ainda sim, dá aquela tristezinha saber q eu era tão próxima há tão pouco tempo, né?

Ah, mas é claro q é bom ir pra frente, ter novos desafios, mudar de ares.

Por utro lado, fico feliz por vc , meu amigo, por vê-lo construindo seu caminho e sempre "estranhando" o mundo ao seu redor, com esse seu olhar bonito para o mundo, olhar incansável e nunca conformado, sempre em busca de novidades!

Distantes fisicamente, mas sempre próximos no mundo dos pensamentos e sentimentos, não é mesmo?

bjs, querido!

Camila disse...

Ai. Esse texto me doeu. Porque me lembrou da infância. E infância sempre dói.

Aquele deslumbramento, encantamento, aquele olhar para tudo e para todos... Aquele excesso de coisas para dizer, aquele sentimento transbordante pelo mundo. Curiosidade. Sensibilidade. Ansiedade.

Acho que ando meio insensível, com saudade de um olhar mais atento e esperançoso para o mundo. A vida adulta me assusta. As preocupações todas. Cadê aquele gosto de olhar pela janela? Aquela paixão pelo inútil, aquela sensação gostosa de passar o tempo sem fazer nada, apenas sentindo as coisas que o mundo nos traz por todos os lados? Mudar de casa, estar perto do centro, aguçar o olhar, os sentidos... Que delícia! Eu fiquei mais perto de vc, mas ao mesmo tempo mais longe.. Que saudade!

E agora vou para um lugar um tantinho mais distante... Espero ter vc em casa e na minha vida para caminharmos de mãos dadas, um contando para o outro as coisas que passam pelas nossas janelas e pelos nossos corações.

Beijos

Cá.

Meio assim... disse...

Fui pra mais longe? Fui nada. Tô perto, pertinho como sempre estive. E por aqui quero permanecer. Nada faz sentido sem meu espaço entre vocês.