domingo, 13 de janeiro de 2008

Mensagem de ano novo


É... Treze dias após o início do ano, resolvo falar de ano novo. Ainda dá tempo, visto que ainda não vi todas as pessoas a quem desejei feliz natal, há três semanas. Nessa época de férias a gente se vê de verdade só quando chega o carnaval mesmo (não dizem que é só depois do carnaval que ano começa?)...
Enfim, digressões à parte, estou tentando escrever sobre o ano que começa. E sobre as expectativas que se formam, e sobre as mudanças que virão e as que não virão. Sem dúvida mais maduro (pra muitas coisas, não pra todas as coisas) me vejo começando tudo de novo, acordando num dia indefinível com roupas novas, com um novo penteado e com os mesmos pensamentos na cabeça. Mas as músicas que ouço não sofreram grandes variações, os bilhetes que escrevo ainda são pontuados da mesma forma, meus discursos inflamados também continuam bem parecidos. Em suma: pouca coisa muda de um ano pro outro. Mas não se enganem: as mudanças são gigantescas sempre. E que bom que percebemos apenas sutilmente tais mudanças. Senão, não agüentaríamos.
Como acredito que energia positiva nunca é demais - bem como acredito na força da palavra para atrair tal energia - só posso desejar muita luz no feliz novo ano que se inicia. Mesmo que as coisas estejam ainda da mesma forma como as deixamos no ano que acabou.

P.S.: A pintura acima é de René Magritte, La condition humaine, 1933. Magritte mistura arte e realidade em sua tela e confunde verdade e representação. A paisagem da janela confunde-se com a da tela. Ano novo combina com janelas que se abrem, mas também combina perfeitamente com a indefinição.

5 comentários:

Igor Pushinov disse...

Luz... um belo desejo pro começo de um ano que será maravilhoso...

Anônimo disse...

Querido Gil... Imagem bonita, texto bonito. É exatamente essa a sensação. As mudanças foram gigantescas, mas tão pequeninas. Dez anos são tão pouco tempo, mas são tanto.

Um ano muda tudo, mas não muda nada. A gente muda cada dia um tanto, mas há alguma coisa da gente que fica na gente (pra sempre). O que será? Do dia 31 para o dia 1 nada aparente mudou... Mas no ano inteiro, as coisas mudam, a gente muda as coisas, a relação com as coisas do mundo...

Te amo grande e tenho saudades dessa pessoa sumida. Carnaval, carnaval... Vou continuar fazendo propaganda.

Um beijo.

Meio assim... disse...

Também acho que essas mudanças invísiveis acontecem... e acho mais ainda que não aguentaríamos enxergá-las de tão perto.
Mundo sábio este, apesar de todos os pesares... E acho sim que há mudança do dia 31 pro dia 1. Se não acreditarmos nisso não fechamos o ciclo... fica alguma coisa em aberto... e, se for ferida, vai doer.

Sol disse...

Acho que não são os anos, essa convenção de tempos marcados, que nos mudam... Mas o nosso estar no mundo, a convivência com outros seres, os caminhos novos que percorremos, a vida que acontece mais lenta ou mais rápida, sempre perdida (a vida) entre as mais diversas percepções...

Enfim, a gente muda, muda, muda... Mas com essa inventada sensação de "fim e começo" dos anos, a gente consegue, ao menos, parar pra pensar em um pouco do tanto q mudou...

Anônimo disse...

Grandes escolhas de palavras para alegria de nós, leitores. Muito bom seu blog e tudo o que você escreve. É um prazer descobri-lo.
Beijos
www.drikaflor.zip.net