terça-feira, 26 de agosto de 2008

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Nós não entendemos tão bem como gostaríamos tudo o que se passa dentro de nós. Seria mais fácil se entendêssemos, seria melhor se compreendêssemos melhor. Não chegamos nunca a um estado pleno de apreensão das coisas. É isso exatamente o que nos torna frágeis. E o sentimento do indizível quando me domina me sufoca. E quando me sinto sufocado, preciso gritar. E sem querer machucar as pessoas, dou meu grito e procuro sair correndo. Mas, enquanto corro, olho pra trás e hesito. Grito de novo, dessa vez comigo mesmo. Não há por que hesitar: o sentimento indefinido continua ali. Mudo, solene, vasto.
De repente, um buraco se abre em meu peito e majestosamente despenco em mim mesmo. E não me encontro. Por enquanto, apenas noto que estou perdido em meio a uma imensidão opaca, na qual apenas a linda luz do que passou ao longe se mostra, eterna e distante. Não é exatamente possível descrever tudo. Só é possível sentir. E o sentir é de dor e de nada mais a dizer...

3 comentários:

Anônimo disse...

Quem nunca sentiu algo parecido? A única coisa boa que posso te dizer é que dói, mas passa. No entanto cada momento é importante e único, mesmo os dolorosos (são neles que a gente mais aprende e mais cresce). Há uns oito anos atrás eu senti a mesma coisa e meu mundo doeu ainda por uns dois anos de forma moderada e ainda hoje dói quando lembro. Mas quando não há algo doendo? Quando estamos plenos de felicidade? A vida é um misto de alegrias e tristezas, nos resta ser equilibristas num mundo tão humano e imperfeito. Nos resta procurar um equilíbrio.

Te amo no mundo e te entendo no mundo.

E quero que você seja muito feliz, sempre. Com toda a felicidade que seja possível.

Um beijo

Meio assim... disse...

Mas nem sei se deveríamos realmente entender tudo. O ser humano foi tão bem pensado por Deus que se fez imperfeito p/ poder sobreviver. E isso não é limitação. É necessidade.

Igor Pushinov disse...

Eu tbm sinto... não sei se sinto igual mas entendo a dor que vc sente, Gil.
Escutei ontem uma teoria de um pensador sobre a felicidade: ele diz que temos diversos tipos de tempo, o tempo poético, o tempo interno, o tempo externo, e todos os outros tipos. Diz, ainda, que quando todos os nossos tempos estão juntos é quando acontece a verdadeira felicidade e, além disso, às vezes o nosso tempo se encontra com o tempo de outra pessoa e à isso ele chama de amor.
Acho que a vida é um eterno conjunto de tempos e (querendo ou não) contra-tempos. Neste momento, acho que os seus tempos andam se desencontrando e vc perde a significação daquilo que até então vc tinha como certeza.
Enfim, eu entendo o que vc diz... os meus tempos foram desencontrados e ainda estou numa procura interminável de tentar reajustá-los. E isso dói. Dói e parece não ter fim.
Acho que a vida é isso... uma eterna busca de reencontros: de tempos, de vontades e de pessoas.
O que sei é que desejo toda a felicidade do mundo pra vc (com tempos encontrados ou não...).